É muito comum alguns clientes chegarem a mim com alguns consentimentos em relação ao trabalho. Que não aguentam mais, que gostariam de sair do emprego e não terem mais chefes…, enfim, querem cuidar das próprias vidas como autônomos empreendedores.
Como ensina Robert Kiyosaki, as pessoas estão divididas em quatro quadrantes, de acordo com seus perfis e atividades.
Então Temos:
Bem, chega de definições e enrolação e voltando ao que interessa, meu objetivo hoje é ressaltar a importância do cuidado que você tem que ter ao abandonar seu emprego e se tornar um empreendedor. Este importante passo exige muito planejamento, principalmente se você tem pessoas que dependam de você, como filhos e companheira(o). Além de avaliar muito bem a necessidade de capital inicial para o negócio e um provável fluxo de caixa sem faturamento, temos que avaliar a necessidade de capital para sustentar você e sua família, não apenas seu empreendimento.
Se eu começar a entrar em muitos detalhes, este post viraria um livro, então quero apenas lhe mostrar a diferença de faturamento nesta transição de empregado para empreendedor autônomo.
Muitas vezes isso acontece quando o profissional esta cansado de ter um chefe e decide por seguir uma carreira solo, ou ainda quando algum contratempo na carreira de executivo o leva a crer que é mais fácil iniciar uma consultoria ao invés de buscar um novo emprego. Se você é um destes, quero sugerir que além de pensar na suposta “média de mercado” para definir seus valores, o que pode torná-lo muito caro ou, ainda pior, indevidamente barato de acordo com seu perfil profissional, você faça a seguinte conta:
Pense em um profissional com seu grau de especialização, e pense então em um salário mensal (de mercado) que você crê que esse profissional poderia ganhar se trabalhasse como funcionário de empresa como CLT. Se você esta pensando em sair de seu emprego ou acabou de sair, use seu último salário como base.
Agora considere o valor recebido mensalmente menos os descontos legais, ou seja, pense no salário líquido (descontados IRPF e INSS). Some a este valor 8% de FGTS, outros 8% correspondentes ao 13° salário, mais 2,5% referente ao abono de 1/3 de férias, e mais o valor equivalente aos eventuais benefícios (Ex.: plano de saúde, vale-refeição, vale- supermercado, combustível, carro da empresa… ) os quais você tinha antes ou acredite que um profissional semelhante teria. Este é o famoso salário indireto, que muitos esquecem de contabilizar, mas que na ponta do lápis representam um belo acréscimo em seus ganhos.
Chegou a um valor total? Mais ou menos assim…
Note que fui conservador em relação ao plano de saúde e vale refeição. Se seu plano de saúde pago pela empresa for extensível à família, este valor é ainda maior.
Bem, então some a este valor o seu custo de operação, tais como despesas de escritório, telefone, informática, contador, etc., de acordo com sua atividade. Aplique sobre esta soma os impostos totais que terá de recolher, conforme sua modalidade de PJ.
Lembre também que nas horas em que não estiver com seu cliente, você estará organizando, vendendo, preparando o trabalho, porém não entregando o trabalho e, portanto, não será possível “vender” estas outras horas. Diferente do trabalho em que suas horas são pagas.
Ficou assim?
Lembre-se que uma PJ, se não estiver inscrita no SIMPLES, e estiver sediada em uma cidade como Campinas e São Paulo, onde o ISS é de 5%, será tributada em 16,33% sobre o faturamento. Sem contar a GPS de empregador se tiver algum funcionário ou se você considerar retirada de pró-labore.
Veja a equivalência em faturamento mensal desejado para empatar com a remuneração como assalariado.
Não estou aqui para incentivar as pessoas a ficarem em seus trabalhos aturando seus chefes, ou fazendo algo que não gostem, muito pelo contrário, eu “queimei a ponte” e sai do mundo corporativo em busca de um sonho empreendedor e não me arrependo nem um minuto. Minha intenção é apenas lembra-lo que o “buraco é mais embaixo”…
Se você é médico, dentista, ou trabalha como autônomo, em um próximo post do Blog da Gaia Finanças Pessoais vou fazer um comparativo entre atuar como PJ ou PF, além de comentar sobre o valor de pró-labore a se considerar.
Tive um cliente que queria contribuir com o teto do INSS para garantir sua aposentadoria, e então declarava um pró-labore de aproximadamente R$4.500,00. Minha pergunta foi: Você tem certeza que quer confiar tanto assim no INSS? O custo com a Guia da Previdência Social deste pró-labore ficava em torno de R$800,00, imagine isso investido mês a mês ao longo dos anos…
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1 Comment
Fantastico material. Parabéns…